29.6.06

Sentenças estranhas... Que se entranham...


Na semana passada ouvi uma história com um final bastante estranho...

Resumindo, um jovem, no exercício da sua profissão, teve um problema no ombro que o obrigou a submeter-se a uma operação...

Tudo correu bem depois da operação até ao dia em que o jovem começou a sentir fortes dores no ombro. Dirigiu-se ao hospital onde foi operado e disseram-lhe que não era nada. Como as dores persistiam dirigiu-se a um médico particular que lhe mandou fazer uma ecografia (espero não estar a cometer uma gaffe com o nome do exame, mas também não importa para o caso). O exame mostrava uma gaze deixada dentro do ombro do doente, que acabou por infectar.

Devido a este grave descuido, o jovem ficou impedido de exercer a sua profissão (era padeiro!) e utilizar o braço.

Como qualquer pessoa normal faria, pôs uma queixa em tribunal contra o cirurgião e o hospital (aparentemente o erro dele pode ter sido aqui) para alguém se responsabilizar pelos danos causados...

Depois de muitas voltas, o cirurgião e o hospital forma ilibados... Até este momento a decisão conhecida é esta, mas como é óbvio o queixoso interpôs recurso...

Agora uma coisa, expliquem-me, por favor, qual é a lógica de nenhum dos dois ter sido considerado culpado pelos danos permanentes causados numa pessoa que nunca mais vai poder usar o braço... É que, o cirurgião é o chefe da equipa, e supostamente, responsável por tudo o que acontece no bloco operatório, independentemente de quem cometeu o ero (logo, um dos responsáveis, um dos culpados); e o hospital é a entidade responsável por todos os médicos que trabalham lá, e é, portanto, em 2ª instância, o responsável por qualquer acto por eles cometido...

Segundo uma pessoa minha conhecida, o erro está em terem, sido postos em tribunal o médico e o hospital quando o "culpado" seria o instrumentista (o senhor responsável por contar as gases usadas, e certificar-se que voltam, os instrumentos usados, etc) que não exerceu a sua função da forma que devia.

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Outra situação rápida…

Um homem vai à festa de aniversário do filho e enche de pancada a ex-mulher e o ex-sogro com murros, pontapés e uma marreta… Chega a polícia, agride alguns agentes, destrói metade de um carro… Todos têm de i para o hospital ser tratados…

Sentença deste homem depois de apresentado ao juiz: Apresentar-se semanalmente na GNR da sua área de residência…

Então ele não pode ter uma crise e desta vez levar avante o objectivo e matar a ex-mulher e o ex-sogro?

Se calhar sou só eu que vejo mal nisto…

Mas que raio de justiça que nós temos…?

Um beijo..

P.S. Desculpem ser tão grande esta noticia/opinão...

2 Comentários:

Blogger sabine disse...

Tenho de vir a este blogue mais vezes...

15:43

 
Anonymous Anónimo disse...

Escrevo do Brasil. Mais precisamente do Estado de Minas Gerais. POr questões éticas - sou estudante de Direito- não devemos criticar normas de outros países, por desconhecê-las para tanto. Mas, aqui no BRasil, tal decisão seria facilmente modificada. A responsabilidade da empresa e do médico, certamente prevaleceriam, ainda que houvesse solidariedade civil entre estes e o INstrumentista. O que não poderia acontecer, é a vítima deixar de ser assistida pela tutela jurisdicional do Estado.
Abçs.Haroldo (hcdireitoestacio@gmail.com)

16:23

 

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