29.7.06

Falta de tempo / Exames

Tenho um pedido de desculpas a fazer:

Àqueles que lêem o meu blog com alguma assiduidade (eu sei que é chato!)...

Eu sei que me desleixei um pouco na minha crítica às questões do dia-a-dia, mas comecei (com muito orgulho!) a estagiar numa rádio da minha cidade e já não tenho tanto tempo (apesar de passar ainda mais tempo na internet, mas isso são ossos do ofício...!)! De qualquer forma há um assunto que já tem uns dias, mas que mesmo assim sinto necessidade de falar...

Os exames nacionais deste ano foram a fonte de uma grande polémica...

Por um lado, ouvem-se críticas à Ministra da Educação, por outro, e apesar da culpa em parte assumida, ouvem-se pais e sindicatos a querer atirar aos leões uma Ministra, que está, no meu entender de leiga, a tomar algumas medidas eficazes (nem todas, mas ninguém é perfeito...).

A verdade é que os exames com erros (esta é a informação que recebi dos media), foram um acontecimento que denegriu a imagem das pessoas que fazem os exames (mais directamente da coitada da Ministra que não tem o curso de Física e Química), e que me espantou... Eu não sei, mas parto do princípio que são vários professores a elaborar um exame... Como é que nenhum deles se apercebe que o exame tem erros? (ouvi nalgum lado que isto seria uma tentativa de provocar a demissão da Ministra, mas não quero acreditar nessa teoria)

Outro ponto, alguém alguma vez teria de sair prejudicado quando se mudassem os programas... Apesar de estes novos programas terem alguns erros, tudo tem de ser aperfeiçoado... Nada é perfeito à primeira...

Bem, mas apesar do assunto que me fez escrever ter sido o dos exames, a questão em concreto foi a atitude de uma associação qualquer de pais...

Foi provado que aqueles exames tinham erros. Repetiram-se os exames. Até aqui tudo bem, foi justo. Mas quando essa dita associação, ou lá o que era, decide dizer que deviam ser repetidos todos os exames é que me espantei um pouco... Estão com certeza a gozar ou têm filhos burros...

Eu também já fiz exames nacionais, tive umas notas abaixo do esperado (talvez devesse ter estudado mais!), mas os meus pais não foram para os media dizer que eu os deveria repetir... Que grande lata... Repetir exames que não tinham qualquer erro porquê? Porque os meninos não conseguiram aquela nota? Pois é, é que com os exames nacionais não se conseguem "fabricar" notas boas... Ou se sabe ou não se sabe... (claro que há sempre os critérios mais pessoais de cada professor, mas contra isso não se pode fazer nada...)...

Foi com isto que fiquei chocada, talvez até mais que com os erros nos exames...

Será normal? Mas o que é que os filhos deles são a mais que eu para poderem repetir exames?

Um beijo..

11.7.06

Terrorismo... Que raiva...


Eu não percebo e quando eu não percebo uma coisa fico irritada...

Esta coisa de terrorismo, de matar pessoas para defender um Deus em que se acredita, não me entra na cabeça... Como é que matamos humanos para defender um Deus? E será que Deus (se existe) não se sabe defender? E se o motivo não é Deus (o que é o mais provável!), por quê usar o "Santo nome de Deus em vão"? Ah pois é! Eles não são Católicos Cristãos... Se calhar o Deus deles tem outras regras...

Eu não percebo... A raiva deles é, normalmente, contra o Ocidente, contra as ideias ocidentais, mas eles matam inocentes nos países deles... Crianças, idosos... Será que eles não têm olhos na cara? Eu voto em que eles não têm cérebro... Provavelmente trocaram por um calhau à nascença...

Eu sei que hoje não estou nada objectiva (eu sei que não é costume, mas não costuma ser tão mau...), mas ao ver a notícia do atentado na Índia com 163 pessoas mortas até agora e 464 feridas fiquei mesmo com raiva e precisava mesmo de exteriorizar para perceber se só eu é que fico assim ou se é um sentimento geral...

Se eu pudesse e tivesse poder, eu ia falar com eles um por um e convênce-los a não fazerem aqueles atentados... Explicava-lhes com todas as letras que há outras formas de luta além da violência e que, quanto mais pessoas matarem, menos créditos terão junto da comunidade internacional para fazer valer o seu ponto de vista...

Mas será que ninguém tem cérebro naquelas organizações terroristas?

Um beijo..

4.7.06

Mais 5 pessoas condenadas pelo crime de aborto...

Foi ontem lida, em Aveiro, a sentença relativa a um caso que se arrasta há, pelo menos, dois anos.

Em 2004, várias personalidades e associações, a favor e contra a despenalização do aborto, manifestaram-se em frente ao tribunal de Aveiro. Este ano isso não se repetiu. A sentença foi dada: o médico foi condenado em cúmulo jurídico a quatro anos e oito meses de prisão, com perdão de um ano; uma sua colaboradora foi condenada como cúmplice a um ano e quatro meses de prisão, com pena suspensa por três anos, e três mulheres foram condenadas pelo crime de aborto a seis meses de prisão, com pena suspensa por dois anos.

Apesar disso, e do pouco destaque que a notícia recebeu nos meios de comunicação, a polémica continua... A Ordem dos Médicos defende que não a condenação e a legislação actual não resolvem os "problemas" que temos com a legislação do aborto. Ainda segundo a Ordem dos Médicos, é necessário, antes de tudo o resto, definir o início da vida humana. Sem essa definição, e (segundo eu) sem uma política mais branda e abrangente da legislação do aborto, este país não evolui.

Admito, eu sou a favor da despenalização do aborto. Não é da despenalização total, claro, mas de leis menos "rígidas". Porque ninguém gosta de abortar, não é por haver leis que despenalizem o aborto em algumas situações que as pessoas vão ter menos cuidado quando tiverem relações. O aborto é um procedimeto que deixa mazelas psicológicas muito fortes, muito mais do que as físicas que possam surgir. A ideia de que só os mais pobres, os menos letrados, abortam está errada. O aborto é algo que acontece em todas as classes sociais...

A ideia defendida por muitos de que não poder dar uma vida feliz e com condições aos filhos não é razão suficinte para abortar parece-me a mim (uma leiga na matéria) mais do que suficiente. Porque essa atitude mostra que as pessoas amam aquilo que cresce dentro delas (digo aquilo porque não considero que a junção de um óvulo com um espermatezóide seja, já, uma vida). Penso que a decisão de abortar nunca é tomada de animo leve, por isso quem toma essa decisão está ciente daquilo que está a fazer...

Não defendo que se possa abortar em qualquer altura (isso ninguém defende!), mas a definição de um "prazo" seria algo melhor (na minha opinião) do que a definição de situações, que neste momento está vigente, em que o aborto é apenas possível quando a gravidez representa risco para a vida da mulher ou para a sua saúde, no caso de malformação fetal ou quando a gravidez resulta de violação. Mesmo assim, há locais em que os médicos se recusam a ajudar mulheres que se encontrem nestas situações...

Posso estar a ser demasiado extremista, mas enquanto não se mudarem leis e mentalidades neste país, este país não anda para a frente, e temos de começar por algum lado... Que tal a lei da despenalização do aborto? Vai ser só o começo!!

Um beijo..